Rota cinco,
na quinta avenida
um grande descuido
lhe abre ferida
Sapato furado
passos agitados
e isso atrapalha
a respiração
Derrama o choro
com mesma aflição
um carro passando
faz tremer o chão
Olha em volta
temendo ser visto
alívio ao ver
que gente não há
E vê o reflexo
no que saca do bolso
fica mais assustado
ao perceber seu rosto
Pensa em correr
fugir sem ter onde
mas logo se lembra
do que ali o trouxe
Então continua,
pisando mais leve
como se estivesse
sobre um azul céu
Assim, abre a porta
ainda emperrada
logo chega a sombra
de quem tanto amava
Percebe que treme
sentindo o medo
passar pelos dedos,
e dispara o brinquedo
No chão, logo o rio
vermelho de sangue
Ali, jaz a história
de dois jovens amantes
Jaque de Barro´s